Ficção: ¨Ato ou efeito de
simular, fingimento¨. Pretendo aqui não criticar este termo tão arraigado na
maneira de perceber e organizar a arte. Falarei sobre algo um pouco menos
interessante: os intelectuais e o poder. Parafraseando Foucault (1972) o
intelectual tradicionalmente atuava segundo sua posição e influência no seu
entorno, a sociedade burguesa, e em ¨seu proprio discurso; enquanto revelava
uma determinada verdade, descobria relações políticas onde normalmente elas não
eram percebidas¨. O seguinte quadro, obra do pintor Francês Jaques-Louis David,
(auto retrato 1794), nos lembra isto. Jaques-Louis David foi pintor oficial da
corte francesa e de Napoleão Bonaparte, e antes foi disso, pintor oficial do
governo de Maximilien de Robespierre durante a revolução francesa. Sua obra
tem, portanto, duas etapas: uma tem quadros característicos como ¨a consagração
de Napoleão¨ (1806) onde o centro é uma política de vitorias da burguesia e a
outra é ¨a morte de Sócrates¨ (1787), onde vejo uma critica ao governo da
burguesia. Minha conclusão tem a ver com este quadro: condenado à morte,
¨por ter sido contra as idéias do governo ateniense e, segundo este governo, "corromper
a mente dos mais jovens"¨, Sócrates toma veneno diante dos seus
discípulos, por preferir ¨à morte a renunciar a filosofia. Jaques-Louis David,
representou, segundo Focault, as duas caras de um intelectual, mostrando hoje
para nós a similaridade entre ficção e política.
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